Os tucanos estão alvoroçados para voarem de volta ao Planalto. O presidente de honra do PSDB e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, defendeu no último sábado (22 de novembro) que o partido apresente à sociedade já no ano que vem um único candidato à sucessão do petista Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em 2010. Ele não descarta a convenção como mecanismo de escolha.
O ex-presidente sabe da necessidade de uma definição o quanto antes para iniciar já a campanha com a unidade interna, se é que isto é possível.
O projeto de retorno ao Planalto passa pela cabeça de FHC em torno do nome de José Serra, governador de São Paulo, que trava disputa interna com o colega mineiro Aécio Neves pelo direito de concorrer à Presidência pela chapa tucana.
“É cedo para definir [esse nome] agora, mas não é cedo para iniciarmos as conversas entre nós. E não temos medo. Se houver divisão, fazemos a convenção. Mas [o partido] tem de ter um candidato. ", disse FHC no sábado.
Aécio já declarou – e com razão - que a sucessão presidencial de 2010 passará por Minas Gerais. O Estado tem o segundo maior colégio eleitoral do país. Uma articulação presidencial para ter chance de êxito precisa levar isso em conta.
FHC e Serra sabem disso e na queda de braço interna terá que ter habilidade suficiente para não “magoar” os anseios do grupo mineiro.
O aperto de Aécio nas eleições deste ano (ao apoiar o prefeito eleito em BH) deu brilho à vitória do governador de São Paulo com a reeleição do prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), afilhado político de Serra. Evitou o fortalecimento de um núcleo anti-Serra no PSDB paulista.
O jogo no PSDB não está jogado. Aécio tem cacife para a disputa. Embora as pesquisas demonstram que Serra é o nome mais conhecido no País, ampliar a imagem de Aécio fora de Minas não seria tarefa árdua para bons estrategistas políticos. Nem o passado, nem a árvore genealógica o atrapalha. Aliás, pelo contrário. Tem no avô (o presidente Tancredo Neves) um bom motivo para explorar o passado.
O fato é que Aécio sabe que se não sair vitorioso no ninho tucano tem o passe bem avaliado. Inclusive com Lula. O presidente já cogitou em apostar em Aécio para sucedê-lo – apesar de ser um desfecho difícil diante de uma possível fúria petista. Mas para jogar as fichas em Aécio seria preciso que o mineiro migrasse para o PMDB, o que pouca gente acredita.
Tudo isso é só o começo do que vem por aí.
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