sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A Praça do Povo


A mudança de nome da Praça Getúlio Vargas para Professor Edson Velano resgata o debate sobre a campanha eleitoral deste ano. Sim! É isso mesmo! A homenagem sugerida ao plenário pelo líder do Governo na Câmara é reveladora por si só.

A proposição apresentada há poucas semanas após abertas as urnas e confirmada a vitória petista soa como um agradecimento a ‘toque de caixa’. Após não encontrar embasamento na Lei Orgânica para a aprovação da homenagem, não será difícil mudar a própria Lei Orgânica o que deve ocorrer até o final do ano.

Se de um lado a oposição coça a cabeça, sabendo do agrado petista em troca do valoroso apoio político da família Velano; por outro, tem consciência de que não há como escapar. A mudança é vista como “favas contadas”, recorrendo a expressão popular. Desnecessário, portanto, lançar mão de qualquer mecanismo que possa alterar o curso natural do projeto.

Seja a atual legislatura, seja a futura, a mudança de nome da Praça não encontrará resistências. Nem mesmo diante da impopular forma como o PT busca fazê-la: no final de uma legislatura (onde seis dos sete vereadores que concorreram a reeleição foram derrotados nas urnas) e logo após o período eleitoral. Ou seja, no apagar das luzes.

O presidente que oficializou o fim do Coronelismo perde seu status de homenageado pelas mãos petistas. A idéia de plebiscito para democratizar a decisão causa mal estar em quem está afoito para ver a homenagem aprovada pelas mãos guiadas pelo governo do PT.

“A Praça é do Povo como o céu é do Condor”. A frase de Castro Alves não encontra ressonância nos atos de quem tem nas mãos o Poder de decidir pelo povo, mas sem o povo.

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