quinta-feira, 4 de junho de 2009

Seis a zero é para revigorar!



A onda de marasmo passou! O alívio veio com ares de vingança. Aquilo que era para ser só o fim do friozinho na barriga virou muito mais para os governistas. Foi a virada do jogo no dia-a-dia.

Muito mais que a vitória por seis a zero no Tribunal Regional Eleitoral, a decisão dos desembargadores por unanimidade funciona - muito mais que seu valor pragmático e legal - como um efeito moral para que se retorne a governabilidade sem os “contratempos”.

A vitória é expressiva, o que dispensa detalhes alusivos. Surpreende pela decisão e pelo placar. Já era certo para a oposição – e para àqueles que puderam manusear o processo, mesmo em sua fase inicial – um resultado rígido que levasse a reviravolta do jogo pelo poder.

Opositores só aguardavam o julgamento. Governistas temiam o pior. Nada disso aconteceu. A decisão elástica serviu para dar ânimo aonde não existia mais. Passa ao imaginário popular, longe do acesso a informação concreta, a ideia de denuncismo de derrotado. Não é.

A própria fundamentação contida no acórdão permite a estranheza quanto a interpretação. O Tribunal reconhece a entidade doadora como de utilidade pública e não privada como fundamentado na decisão de primeira instância. É obvio: depois da informação explicita vir à tona por meio de uma pagina oficial: a do Governo Federal como mostrou o Alfenas Hoje em fevereiro.

Mas mais indigesto para a oposição é a interpretação de que o maior montante doado a campanha petista não foi capaz de influenciar na decisão do eleitor. Foram R$ 42,9 mil saídos oficialmente de uma entidade de utilidade pública o que representa 12% do total declarado à Justiça Eleitoral. Para os desembargadores, não influenciou de forma decisiva.

Ou seja, o Tribunal reconheceu o ato conflitante no disposto pela legislação eleitoral, entretanto entende que não há influência real no resultado.

O resultado de tudo isso é o vigor que ganha o Governo, aliviado do peso estressante da incerteza. O que é ou deixa de ser não importa, mas o que parece ser torna-se fundamental na sobrevivência dos grupos na “briga” do dia-a-dia. É a guerra da informação com base na aparência.

Foto: Henrique Higino