sábado, 20 de dezembro de 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A mão da oposição

Este blog noticiou no dia 12 que o PPS, legenda do candidato que alcançou a segunda colocação na disputa pela prefeitura no último pleito, contestaria na Justiça Eleitoral a diplomação do prefeito eleito Pompilio Canavez, do PT. Pois bem, a imprensa local aguardou o fato. Aguardou e nada aconteceu.


A resposta, melancólica aliás, veio nesta quinta-feira em reportagem disponibilizada pelo Portal Alfenas Hoje. E lá está explicito a informação do próprio presidente do PPS de Alfenas que a mão do deputado Geraldo Thadeu, majoritário na cidade, pesou a favor do PT.


Por interferência do parlamentar, o PPS deixou de provocar a Justiça Eleitoral a seu favor. Surpreendente para àqueles que pensam ancorados na lógica, pois uma eventual cassação do diploma de Pompilio beneficiaria em cheio o PPS, que herdaria o comando de um município com orçamento previsto em R$ 137,5 milhões em 2009.


A interferência deixa confusos os que seguem a lógica, mas não surpreende os observadores que viram na campanha eleitoral o jogo duplo do deputado ao associar a própria imagem as duas candidaturas no horário gratuito na tevê. A habilidade em transitar no fogo cruzado de grupos rivais na disputa pelo Poder é a arte dos políticos, mas o uso da força política para segurar a própria legenda de chegar ao alvo da disputa é que fica difícil de entender.


É a mão pesada da oposição a favor do Governo.

Fotos: Henrique Higino/Alfenas Hoje

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Duelo


A disputa que começou com três nomes e chegou a quatro parece, enfim, tomar corpo. A “briga” pela presidência da Câmara afunilou-se e, agora, parece ter a sua forma final. De um lado a candidatura de Jairo Campos (Jairinho/PDT), apoiada pela oposição mas sem a antipatia da situação; do outro, a de Vagner Morais (Guinho/PT), patrocinada pelo Governo que ainda aposta no cenário ideal para suas aspirações.


A candidatura de José Batista Neto (PMDB) ficou pelo caminho e cedeu lugar a Guinho que, assim como em 2007, surgiu como esperança de um domínio pleno do Governo. O nome de Hesse Luiz Pereira (PSDB), embora ainda não admita oficialmente que tenha se retirado da disputa, já está fora de cogitação. Perdeu espaço para o pragmatismo de Jairo, nome mais ameno para alguns vereadores que oscilavam em busca de uma acomodação de seus interesses.


A vitória de Jairo é o cenário mais visível e lógico neste momento. Já teria seis votos praticamente garantidos. Guinho ainda tenta montar o que ainda não conseguiu: uma base real de apoio. As cartas já estão na mesa e o resultado já é previsível, mas como na política todo cenário é passível de mudanças (principalmente numa eleição onde o voto é secreto) a prudência é o melhor caminho.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Web 2.0, um passo revolucionário

Abro espaço para uma rápida reflexão sobre a mudança de foco da internet e a consequência de um processo revolucionário sem volta.

A Web 2.0 representa um avanço importante para a comunicação social, especificamente para o jornalismo, tendo em vista que possibilita ao usuário transformar-se em agente ativo do processo de reprodução da notícia. É exatamente através da Web 2.0 que a internet transforma-se em elemento revolucionário na história da comunicação, possibilitando a interatividade e eliminando a figura do usuário como consumidor passivo da notícia, característica expressiva nos modelos tradicionais de transmissão do material informativo.

Ao permitir a participação do usuário como agente colaborador na construção de conteúdos, a internet encontra seu papel fundamental enquanto ferramenta de transformação social. Permitir ao usuário ser agente ativo possibilita aos sites e portais a busca pelo melhor conteúdo, à medida que permite a constante evolução do material postado. Ou seja, possibilita o aprimoramento do conteúdo. Não bastasse este aspecto inovador e essencial enquanto elemento transformador, a interatividade cria a valorização do usuário tornando-o o foco principal das ações. Desta forma, a fidelização do usuário - importante fonte de busca de informação - em relação a determinados sites e portais torna-se expressiva.

As experiências de sites que tornaram-se referência no meio virtual demonstra que a valorização do usuário enquanto foco central do novo modelo é, sem dúvida, uma das grandes descobertas da rede mundial de computadores na definição de seu papel. Os exemplos "You Tube" e "Wikipedia" representam, de certa forma, a dimensão de tal descoberta. De certa forma, o modelo anterior, denominado Web 1.0, representa nada além do que um estágio embrionário e de experiência inconsciente para o surgimento da Web 2.0. A capacidade da rede mundial de computadores de disponibilizar conteúdos de forma eficiente e democrática não seria possível dentro do modelo anterior, uma vez que não tinha na interatividade o foco principal.

A experiência iniciada em 2004, com o surgimento da Web 2.0, revoluciona o comportamento do usuário levando-o a condição de elemento central na construção de conteúdos, delegando a ele um papel social importante enquanto "construtor" e capaz de transformar a realidade apresentada o que, invariavelmente, poderá provocar alterações no contexto social ao qual se insere. Desta forma, atribui ao usuário, antiga figura passiva, compromissos e até responsabilidades em relação ao material informativo apresentado inicialmente. O resultado é um conteúdo aprimorado e ampliado à medida que cada consumidor, agora transformado em elemento ativo na composição do material, pode, a qualquer tempo, contribuir com seus conhecimentos.

Esta interatividade e facilidade na comunicação quebra os modelos tradicionais de consumo da informação e de conteúdos, permitindo uma profunda alteração no controle da informação, antes restrita a minoria. A Web 2.0 permite a democratização na construção de conteúdos, oriundos das diferentes correntes de pensamentos e classes sociais. E este é um processo sem volta.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Jogo de cartas



A carta da vez é a prestação de contas dos candidatos a prefeito. A revelação de que a Unifenas foi uma das doadoras de campanha do prefeito reeleito parece ter oxigenado a mórbita oposição e trouxe à tona o revanchismo adormecido desde o dia 5 de outubro.

Por ser entidade de utilidade pública, a instituição de ensino não poderia ter feito a doação (Resolução nº 22.715/2008, do TSE). Nesta sexta-feira - após ter sido negado o primeiro pedido feito pelo PPS para que fosse anulada a sentença que aprova a prestação de contas do PT -, a oposição entrou com uma nova representação na Justiça Eleitoral.

A corrida dos oposicionistas é contra o tempo. O prefeito reeleito deve ser diplomado na próxima terça-feira se nada de diferente acontecer no caminho. A oposição espera colocar água no chopp dos petistas e assumir o comando da prefeitura. Se confirmado, será um duro golpe para os petistas que entregariam de bandeja a prefeitura após vencer com uma diferença de 2 mil votos.

Como em política os fatos podem não durar 24 horas é esperar para ver o resultado.

Foto Montagem: HHP/Alfenas Hoje

O AI-5 não pode ser esquecido


O Blog do Professor Carlos Chaparro traz hoje este artigo sobre o tenebroso AI-5. É para não esquecer!


A. Costa e Silva, Luís Antônio da Gama e Silva, Augusto Hamann Rademaker Grünewald , Aurélio de Lyra Tavares, José de Magalhães Pinto, Antônio Delfim Netto, Mário David Andreazza, Ivo Arzua Pereira,Tarso Dutra, Jarbas G. Passarinho, Márcio de Souza e Mello, Leonel Miranda, José Costa Cavalcanti ,Edmundo de Macedo Soares, Hélio Beltrão, Afonso A. Lima, Carlos F. de Simas.

Esses foram os senhores que há 40 anos, a 13 de dezembro de 1968, entraram na História do Brasil como subscritores do Ato Institucional n. 5, a mais cruel e anti-democrática das leis da ditadura militar. Com o AI-5, foram revogados, para as práticas do poder, os dispositivos da Constituição de 1967, que legalizava o regime militar, revestindo-o de algumas aparências de democracia.

Aparelhados com os poderes discricionários que pelo AI-5 se auto-atribuíram, os militares e os coadjuvantes civis que com eles formavam a cabeça repressora da serpente ditatorial, puderam fazer – e fizeram – coisas como estas: fecharam o Congresso Nacional; decretaram recessos e cassações de parlamentares que ousassem questionar; tornaram legal legislar por decreto-lei; suspenderam a possibilidade de qualquer reunião de cunho político; suspenderam o habeas corpus para os chamados crimes políticos, suspenderam direitos políticos; legalizaram a repressão violenta à liberdade de imprensa. Pelas razões da ditadura, e pelo poder que o AI-5 lhes dava, perseguiram, prenderam, mataram.

E esse foi o terrível poder possível e o tenebroso poder exercido da ditadura e dos ditadores, até 31 de dezembro de 1978. Durante dez anos, o AI-5 justificou e acobertou violências que, de alguma forma, pelas dores dos efeitos e pelo vigor persistente da resistência, moldaram os sonhos de liberdade e democracia que elaboraram o Brasil de hoje.

Embora já enterrado na História, o AI-5 não pode ser esquecido nem pode deixar de ser estudado. Por isso este blog o evoca e transcreve, na íntegra. E o faz principalmente para os que, não tendo vivido esse tempo, não conseguem vislumbrar no Brasil democrático de hoje o heroísmo e o idealismo dos que, sucumbindo ou resistindo ao AI-5, jamais perderam a esperança da liberdade. Nem a perspectiva dos direitos humanos.

Imagem: Divulgação

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Caneta Maldita II


Sobre o texto publicado ontem neste blog o site Tribuna Serras do Planalto publicou o seguinte:


Está certo que num país que burocratiza em excesso, a prática do "pp" por procuração se tornasse um método de agilidade e rapidez para os tempos modernos. Mas, no interior de Minas Gerais, em Alfenas, uma assessora parlamentar fez uso do corriqueiro

... método para assinar no lugar de seu chefe, o vereador Vagner Tarcísio de Moraes do PT (Partido dos Trabalhadores), mais conhecido como Guinho, uma proposição que altera a denominação de uma praça. A autora da façanha é Gisely Aparecida Vieira.

No entanto, a assessora do vereador acostumada a assinar documentos por procuração, esqueceu que a assinatura de projetos de leis só podem ser assinadas pelos referidos autores, ou seja, os ocupantes de mandato popular eletivo.

Tanto a Constituição brasileira como todo o arcabouço jurídico do país informam que funções outorgadas através de pleito são intransferíveis. Não podem nunca serem exercidos por outros, pois, o mandato parlamentar só pode ser exercido de maneira direta por quem recebeu a outorga.

De acordo com Alessandro Emergente, editor do jornal Alfenas Hoje, o fato só não foi "um fiasco maior ainda" porque o líder do governo municipal na Câmara não levou o projeto original adiante.

Praça do Povo III

Em política nada como um dia após o outro. Se parecia certa a aprovação da mudança do nome da Praça Getúlio Vargas, agora há dúvidas.

Na terça-feira, em sessão ordinária, o projeto de lei que altera o nome entrou em tramitação e como havíamos dito: com pedido de regime de urgência para que fosse votado na próxima segunda-feira. Nenhuma novidade até ai.

A novidade foi a retirada do pedido de regime de urgência durante a sessão. E após um intervalo regimental solicitado pela liderança do prefeito na Casa, o vereador Vagner Morais (Guinho/PT).

As simples observações de alguns vereadores em plenário de que a proposição não deveria tramitar em regime especial não seriam as razões para o recuo.

A decisão ocorre um dia após o portal Alfenas Hoje informar em reportagem que a Unifenas (Universidade José do Rosário Velano) foi a maior doadora da campanha eleitoral de Pompilio Canavez (PT). Foi uma transferência eletrônica no valor de R$ 42,9 mil, dois dias antes da eleição.

A falta de respaldo popular para a mudança – visível nos comentários do dia-a-dia pela cidade e nas páginas do Portal Alfenas Hoje (onde os leitores postam comentários) – já era um elemento explicito neste contexto. Mas ironicamente o anseio popular caminhava para ser um mero elemento secundário.

Mas a notícia que mostra a Unifenas como principal doadora de campanha do PT movimentou o cenário. Ficou, pelo menos, a impressão de uma troca de favores – um pagamento de dívida com o patrimônio público - e municiou o discurso contrário a medida.

Caros leitores, entendam a expressão “discurso” em seu sentido conotativo. Ou seja, o debate no dia-a-dia feito pela própria sociedade.
A discussão tomou corpo e o Governo pode ter perdido o controle pleno de uma situação vista como “favas contadas”. O resultado não está definido, mas o cenário não é mais o mesmo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Caneta maldita



Seria um fiasco ainda maior se o líder do Governo na Câmara tivesse levado adiante o projeto original que propõe a mudança de nome da Praça Getúlio Vargas. O motivo é o mais simples que se possa imaginar. A proposição não é assinada por ele e sim por sua assessora parlamentar, Gisely Aparecida Vieira (veja a foto).

E não precisa ser nenhum perito para deduzir que a rubrica aí não é do parlamentar que chama Vagner de Morais (Guinho). Também não precisa de muito conhecimento jurídico para saber que a lei se aprovada seria invalidada.

Mas o fato é que o líder governista já correu atrás do prejuízo na semana passada e retirou o projeto original de tramitação. Nesta terça-feira, um novo projeto com o mesmo teor volta a tramitar só que em regime de urgência.

Tudo isso para que a proposta seja aprovada em único turno na sessão da semana que vem, a última reunião ordinária do ano.

O governista tem pressa na aprovação e, por isso, corre contra o tempo. A aprovação da mudança de nome na atual legislatura é dada como “favas contatadas”. Numa próxima legislatura, poderia não haver um controle total da situação e o autor não quer correr o risco de eventuais resistências.

Como se verifica no espaço dedicado aos leitores no portal Alfenas Hoje a medida é impopular. Até mesmo pela forma como está sendo conduzida: com vereadores em final de mandato (e a maioria não volta no ano que vem), logo após o período eleitoral e sem nenhum debate com a população.

É fato que há dificuldades de encontrar quem queira desagradar o poderio financeiro da família Velano, mas insistir em uma mudança com tamanha rejeição popular pode ser um péssimo começo para muitos dos novos vereadores que chegam em 2009 com perspectivas de um futuro político mais encorpado. Os defensores da mudança não querem esperar para ver.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Querendo voar alto




A pretensão do prefeito de Alfenas Pompilio Canavez (PT) em presidir a AMM (Associação Mineira dos Municípios) não é nova, mas o fato é que a candidatura do petista tomou corpo. E já são quatro os seus concorrentes como revela reportagem do Alfenas Hoje da última quarta-feira.

Um dado que pode ser relevante no “quebra-cabeça” para a montagem do futuro da AMM é a origem partidária dos pretensos candidatos. Três tucanos, um democrata e um petista. O prefeito de Alfenas é o único oriundo de legenda ligada ao
Planalto. Ou melhor: vem do próprio partido que tem o Poder na mão. Um dado nada desprezível.

Muito menos desprezível se considerarmos que a definição do representante dos prefeitos mineiros passa pela articulação junto aos caciques da política mineira.

E é no Planalto e no Palácio da Liberdade que a decisão vai sendo desenhada. O petista de Alfenas é o único com ligações partidárias com o Planalto, os outros quatro fragmentam a base do governador mineiro. Se esta matemática funciona na definição de apoios dos caciques e, conseqüentemente, converte em votos é outra história.

A mão de petistas graúdos numa disputa como essa pode ser decisiva. Mas o fato é que todo este processo servirá para medir até onde vai o cacife do petista de Alfenas junto ao seu próprio partido.

A conquista da AMM seria uma vitória inquestionável para o grupo petista. Abre espaço na mídia, abre espaço para articulações políticas de peso. E, é claro, preparo o terreno para vôos maiores. Se considerarmos a carência de Alfenas em emplacar representantes políticos em BH e Brasília, será mais um motivo para os vencedores vangloria-se. É espera para ver.
Foto: Sérgio Andrigo/Ascom Prefeitura

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PT e PSDB juntinhos


O Blog do jornalista Josias de Souza informa que em solenidade pública, nesta quarta-feira, Lula “ecoou parte das críticas” que o tucano Tasso Jereissati (PSDB-CE) fizera à Petrobras na semana passada. O presidente fez restrições ao empréstimo de R$ 2 bilhões que a estatal petroleira contraíra na Caixa Econômica Federal em outubro passado.


Acha que, ao atender à gigante Petrobras, a Caixa deixa de prover crédito à sua clientela tradicional. "A
Imagem: Blog do Marson
Petrobras é tão poderosa que ela ir à Caixa pegar dinheiro, obviamente que ela vai tirar dinheiro de uma pequena empresa..."


Além de empresas pequenas, Tasso recordara que a Caixa deveria dar prioridade a investimentos sociais: saneamento básico e casa própria, por exemplo. “Mais um pouco e Lula assina a ficha de filiação no PSDB”, observa com ironia o jornalista do Grupo Folha.


Se o presidente Lula e o senador Tasso – ou seja, PT e PSDB – pensam a mesma coisa sobre o desvio de finalidade da Caixa, quem sou para não concordar?

Fuga de dólares


Brasil perde US$ 7,159 bilhões e tem maior saída de dólares desde janeiro de 99. Este é o valor da fuga no mês de novembro devido à piora na crise econômica internacional. O número, do Banco Central, é a diferença entre os dólares que entraram e os que saíram do país no período.

Trata-se do pior resultado desde janeiro de 1999, mês da maxidesvalorização do real, quando o Brasil abandonou o sistema de câmbio fixo. Na época, o fluxo ficou negativo em US$ 8,587 bilhões.

O fluxo é dividido em duas partes. Na área comercial, houve uma entrada de US$ 3,139 bilhões (diferença entre exportações e importações). Na área financeira, saíram do país US$ 10,298 bilhões, o pior resultado desde a saída de US$ 11,265 bilhões registrada em dezembro de 2006.

No acumulado de 2008, o fluxo cambial está positivo em US$ 5,39 bilhões. O resultado comercial registra entrada líquida de dólares de US$ 48,02 bilhões, e o saldo da conta financeira aponta uma saída de US$ 42,63 bilhões.

No mesmo período do ano passado, o Brasil havia registrado uma entrada de US$ 82 bilhões por meio do fluxo cambial.

Com informações da Folha Online