sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Mudança sob medida


A informação, trazida pelos veículos de comunicação esta semana, é de que o secretariado do próximo mandato do governo petista permanecerá sem grandes alterações. Aliás, de mudança somente uma e bem providencial: a nomeação de Ivair de Morais (na foto) para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Irmão do vereador Guinho e do futuro vice-prefeito, a nomeação ganha contornos típicos, porém semelhantes a burla ocorrida no Rio de Janeiro por César Maia.

Lá no Rio, o prefeito fluminense elevou o status da Subsecretaria ocupada pelo irmão para Secretaria. Providencial mudança para escapar da restrição imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao nepotismo.

Cargos de primeiro escalão estão de fora das restrições.

Aqui em Alfenas, a estratégia não foi tão diferente. Impedido de continuar a frente da Superintendência de Meio Ambiente, o irmão do vereador ganhou um presentão. Promovido a equipe do primeiro time, ele está ileso e protegido aos ataques dos defensores da legalidade.

Cabe ao Governo agüentar o desgaste. Mas como as eleições estão longe, o político brasileiro trabalho com a tese da memória curta do eleitor.

O restante da equipe, revela a imprensa, não sofrerá mudanças significativas. O PDT, que tentou emplacar o vice e não conseguiu, agora luta por mais espaço. Tenta emplacar a Secretaria da Juventude (seria a quarta do partido) – ou quem sabe uma Coordenadoria forte. Com uma estratégia de angariar o eleitor jovem, estruturou a ala jovem do partido e aposta no fortalecimento da legenda nos quadros do Governo.
Foto: HHP/Alfenas Hoje

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A Praça do Povo II


Foto: HHP

A Câmara Municipal aprovou, na noite de segunda-feira, uma mudança na Lei Orgânica do Município. A alteração abre caminho para que os vereadores aprovem a alteração do nome da Praça Getúlio Vargas para Prof. Edson Velano. A emenda inciso XII do artigo 21 da LOM ainda tem que ser aprovada em 2º turno o que deverá ocorrer em, no mínimo, 10 dias. Nenhum vereador foi contrário a proposta.

O projeto de lei, que propõe a mudança, está congelado, aguardando a mudança na LOM para que, enfim, possa ser votado. Somente após o início da tramitação é que foi percebido que antes era preciso mudar a Lei Orgânica para que o projeto pudesse ser acolhido pelo plenário.

A proposta de emenda inclui no texto da Lei Orgânica a possibilidade de alterar a denominação de praças para “homenagear pessoas de notório reconhecimento público”. O texto atual não prevê esta possibilidade e só autoriza a mudança em casos de duplicidade de nomes o que não é o caso da praça Getúlio Vargas.

Bem, está claro que a mudança na LOM foi apresentada para amparar o projeto de lei de autoria do líder do Governo na Câmara, o petista Vagner Moraes (Guinho). A proposição deu entrada em 16 de outubro; a emenda, em 10 de novembro.

Nos corredores, há a tendência de alguns vereadores não participarem da votação do projeto de lei com base no Regimento Interno. Motivo: interesse na matéria. Três dos dez vereadores são funcionários de empresas pertencentes à família Velano.

Se há interesse na matéria relativa ao projeto de lei de mudança do nome da Praça, há também na votação da emenda à LOM. Ou não? Fica a conclusão para você, leitor.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Voando de volta ao Planalto


Os tucanos estão alvoroçados para voarem de volta ao Planalto. O presidente de honra do PSDB e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, defendeu no último sábado (22 de novembro) que o partido apresente à sociedade já no ano que vem um único candidato à sucessão do petista Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em 2010. Ele não descarta a convenção como mecanismo de escolha.


O ex-presidente sabe da necessidade de uma definição o quanto antes para iniciar já a campanha com a unidade interna, se é que isto é possível.


O projeto de retorno ao Planalto passa pela cabeça de FHC em torno do nome de José Serra, governador de São Paulo, que trava disputa interna com o colega mineiro Aécio Neves pelo direito de concorrer à Presidência pela chapa tucana.


“É cedo para definir [esse nome] agora, mas não é cedo para iniciarmos as conversas entre nós. E não temos medo. Se houver divisão, fazemos a convenção. Mas [o partido] tem de ter um candidato. ", disse FHC no sábado.


Aécio já declarou – e com razão - que a sucessão presidencial de 2010 passará por Minas Gerais. O Estado tem o segundo maior colégio eleitoral do país. Uma articulação presidencial para ter chance de êxito precisa levar isso em conta.


FHC e Serra sabem disso e na queda de braço interna terá que ter habilidade suficiente para não “magoar” os anseios do grupo mineiro.


O aperto de Aécio nas eleições deste ano (ao apoiar o prefeito eleito em BH) deu brilho à vitória do governador de São Paulo com a reeleição do prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), afilhado político de Serra. Evitou o fortalecimento de um núcleo anti-Serra no PSDB paulista.

O jogo no PSDB não está jogado. Aécio tem cacife para a disputa. Embora as pesquisas demonstram que Serra é o nome mais conhecido no País, ampliar a imagem de Aécio fora de Minas não seria tarefa árdua para bons estrategistas políticos. Nem o passado, nem a árvore genealógica o atrapalha. Aliás, pelo contrário. Tem no avô (o presidente Tancredo Neves) um bom motivo para explorar o passado.


O fato é que Aécio sabe que se não sair vitorioso no ninho tucano tem o passe bem avaliado. Inclusive com Lula. O presidente já cogitou em apostar em Aécio para sucedê-lo – apesar de ser um desfecho difícil diante de uma possível fúria petista. Mas para jogar as fichas em Aécio seria preciso que o mineiro migrasse para o PMDB, o que pouca gente acredita.

Tudo isso é só o começo do que vem por aí.

domingo, 23 de novembro de 2008

Maquiagem do otimismo


Neste domingo, 23 de novembro, o jornalista Josias de Souza traz em seu blog a informação de que o presidente Lula recomendou ao ministro Paulo Bernardo (Planejamento) que super estime a previsão de crescimento para o ano que vem.

A recomendação é que seja enviado ao Congresso o projeto de lei que define o orçamento de 2009 uma estimativa acima da previsão real ao que o Governo tem em mãos. Motivo: um mercado que já está desacelerado poderia diminuir o ritmo ainda mais diante dos novos números.

A nova previsão feita pela equipe econômica é negativa e já reflete a crise global. Teria que substituir dados que o Governo anotara no Orçamento que elaborara em agosto, antes da supercrise. A nova previsão é de 3,5% (a cifra de agosto era 4,5%).

O presidente determinou a Paulo Bernardo que, em vez de 3,5%, anotasse na reprogramação orçamentária endereçada ao Congresso um PIB de 4%. Maquiagem pura.

Josias lembra o seguinte: “O vaivém parece irrelevante. Mas não é. Numa conta grosseira, cada décimo de ponto percentual de crescimento do PIB corresponde à criação de algo como 30 mil postos de trabalho”

É isso que está em jogo. Números que parecem inexpressivos, mas que de fato transmite um planejamento maquiado, falso. Pior é que a moda não está só no Planalto, haja vista a costura no orçamento local.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A presidência em 2009


As articulações em busca do comando da Câmara para o biênio 2009/2010 parecem ainda caminhar em passos não tão largos. Mas os nomes já estão aí. José Batista (PMDB), Jairo Campos (PDT) e Hesse Luís Pereira (PSDB) despontam para a disputa de bastidores.


Mas a briga deve ficar mesmo entre Jairo e Batista. O novo tucano não estaria tão convicto a mergulhar nesta disputa.


O fato é que as negociações ainda estão bem verdes e precisam amadurecer mais. Tem vereador eleito que afirma ainda não ter sido procurado. As conversas ainda estariam na preliminares. Segundo um dos futuros parlamentares, dentro de 15 dias o tema deve estar mais encorpado e talvez definido.


No Governo, embora não haja sinais de manifestações não é tão difícil deduzir que Jairo seria uma opção mais controlável. Nos bastidores, os comentários dão conta que Batista é o preferido. Mas o fato é que o peemedebista foi eleito com uma bandeira que traz mal estar o Governo: rever o plano de carreira dos servidores. Se eleito presidente, ganhará forças em sua empreitada que terá como resultado o desgaste do Governo.


Hesse, nem de longe seria uma opção desejada pelo PT. Jairo, o mais experiente na Câmara, tem a caracteristica do pragmastismo político o que, obviamente, interessa quem está no Poder.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Prefeitura lança programa para recuperação de passivos

A intenção da prefeitura de Alfenas é reduzir o montante da dívida de mais de 14 mil contribuintes endividados. Os passivos somam R$ 24,7 milhões entre 2004 e 2007. Valor referente a IPTU e outros tributos que compõem a receita própria do município. Por isso, a exemplo de anos anteriores, a administração lançou mão do Prorefis (Programa de Recuperação de Créditos Fiscais). A Lei permite a anistia e a isenção de juros e multas a devedores de IPTU e de outros tributos. A adesão começa a partir desta quinta-feira.

Segundo informações da prefeitura com base em dados da Secretaria de Fazenda e Planejamento, há um aumento no crescimento das receitas municipais provocado pelo pagamento de impostos como o IPTU. A inadimplência, que em 2005 chegava à 40%, vem caindo em média 5% ao ano. As informações foram disponibilizadas pelo Portal Alfenas Hoje em setembro, quando a administração municipal enviou à Câmara o projeto de lei que fixa o orçamento do ano que vem em R$ 137 milhões.

Dos 14.333 devedores, 9.573 são provenientes de débitos com IPTU. Em 2008, a prefeitura projetou uma arrecadação de R$ 4,6 milhões com IPTU, num montante de R$ 107,4 milhões do orçamento. Como se vê não é muito, mas a lógica é tentar recuperar o dinheiro que se vê “perdido” pelos cofres públicos. Se o montante anual não empolga o valor acumulado nos últimos anos enche os olhos de qualquer gestor público.

domingo, 16 de novembro de 2008

Surpresas e lógicas

A lógica nem sempre anda aliada ao futebol. Ainda bem! É exatamente o que deixa o esporte atrativo. A rodada deste domingo do Brasileirão fez jus ao velho jargão: "Futebol é uma caixinha de surpresa". A derrota de Cruzeiro e Palmeiras mostra que o jargão contnua valendo.

O Cruzeiro foi ao Recife e levou de 5 a 2 do Naútico. O Palmeiras também passou por vexame semelhante: Foi derrotado por 5 a 2 pelo Flamengo. Surpresa nem tanto pela derrota, mas pelos placares elásticos para adversários, em tese, mais fracos.

Sorte do São Paulo que continua contrariando o jargão e aplicando a lógica. Venceu mais uma. Desta vez contra o Figueirense. Caminha em passos largos para o título e, agora, só o Grêmio poderá impedir que a lógica não se realize.

sábado, 15 de novembro de 2008

Já arquitetam golpe para burlar decisão do STF

Como sempre no Brasil, as artimanhas para passar por cima dos interesses da coletividade e favorecer interesses pessoais de certos grupos, vão voltar a serem usadas. Como se dizia no império, se a lei Poucos dias após a histórica decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de bater o martelo e deixar bem claro que os mandatos eletivos são do partido e não dos parlamentares, as saletas encarpetadas já testemunham reuniões para golpear a decisão judicial.

Vão meter a faca novamente na já cambaleante Constituição brasileira. À surdina e na arrogância preparam uma Emenda à Constituição que garanta até 2010, que os que trocarem de legendas não serão punidos.

Todos os três candidatos que pleiteiam presidir a Câmara dos Deputados já falam abertamente em colocar a tal emenda em votação o mais breve possível, assim que se apossarem do assento que hoje pertence ao deputado petista de São Paulo, Arlindo Chináglia.

Como sempre no Brasil, as artimanhas para passar por cima dos interesses da coletividade e favorecer interesses pessoais de certos grupos, vão voltar a serem usadas. Como se dizia no império, se a lei não permite que se mude a lei para permitir. Não evoluímos em nada. Continuamos com nossos vícios mais deploráveis. Esse movimento descarado pela abolição dos infiéis é um tapa na cara de todos os brasileiros honestos, trabalhadores e pagadores de seus impostos.

A aprovação desta Emenda Constitucional será uma aberração ao Brasil moderno que não pode mais permitir uso da legislação para causas pessoais de quem quer que seja.

Louvo a contestação dos Democratas, antigo pefelê, único partido não trabalha pela aprovação deste excremento. A que ponto chegamos quando temos que tirar o chapéu para os líderes do neo-udenismo. Apesar de saber os reais interesses dos “Democratas” brasileiros sobre a questão, não é ela que está em discussão. O que se discute é que não podemos retroceder. Se precisamos da Justiça para definir nossas bases sobre o processo eleitoral, mostra o quanto nossos legisladores são incompetentes e fisiológicos.

A decisão da Suprema Corte sobre esta questão nos deu a luz. Estamos no final do túnel, mas com a possibilidade de logo sairmos das trevas de um processo eleitoral que favorece o uso personalista e do capital acima dos ideais. Se o Legislativo Nacional aprovar tal emenda, esta aprovação significará que voltaremos para o final do longo túnel, só que sem uma única luz.

Dizemos não a tentativa golpista, disfarçada de democracia, que é esta excrescência de anular a decisão da Suprema Corte em acabar com a farra do troca-troca partidário.

(*) Humberto Azevedo, 32 anos, é jornalista e editor-chefe do jornal e sítio Tribuna Serras do Planalto

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A Praça do Povo


A mudança de nome da Praça Getúlio Vargas para Professor Edson Velano resgata o debate sobre a campanha eleitoral deste ano. Sim! É isso mesmo! A homenagem sugerida ao plenário pelo líder do Governo na Câmara é reveladora por si só.

A proposição apresentada há poucas semanas após abertas as urnas e confirmada a vitória petista soa como um agradecimento a ‘toque de caixa’. Após não encontrar embasamento na Lei Orgânica para a aprovação da homenagem, não será difícil mudar a própria Lei Orgânica o que deve ocorrer até o final do ano.

Se de um lado a oposição coça a cabeça, sabendo do agrado petista em troca do valoroso apoio político da família Velano; por outro, tem consciência de que não há como escapar. A mudança é vista como “favas contadas”, recorrendo a expressão popular. Desnecessário, portanto, lançar mão de qualquer mecanismo que possa alterar o curso natural do projeto.

Seja a atual legislatura, seja a futura, a mudança de nome da Praça não encontrará resistências. Nem mesmo diante da impopular forma como o PT busca fazê-la: no final de uma legislatura (onde seis dos sete vereadores que concorreram a reeleição foram derrotados nas urnas) e logo após o período eleitoral. Ou seja, no apagar das luzes.

O presidente que oficializou o fim do Coronelismo perde seu status de homenageado pelas mãos petistas. A idéia de plebiscito para democratizar a decisão causa mal estar em quem está afoito para ver a homenagem aprovada pelas mãos guiadas pelo governo do PT.

“A Praça é do Povo como o céu é do Condor”. A frase de Castro Alves não encontra ressonância nos atos de quem tem nas mãos o Poder de decidir pelo povo, mas sem o povo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Fidelidade partidária e presidente em apuros!


O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou o entendimento do TSE sobre a fidelidade partidária. A vitória do fortalecimento partidário começa a colocar contra a parede os infiéis ao qualquer custo.

Na Câmara dos Deputados, os Democratas cobra a vaga de um deputado, eleito pelo antigo PFL, e que trocou de sigla. Ameaça obstruir as votações até que o mandato do deputado Walter Britto, hoje no PRB da Paraíba, seja cassado.

A troca de partido foi em setembro de 2007, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o troca-troca.
Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara, encaminhou o assunto para a corregedoria da Casa e só. Resiste em seguir a decisão do TSE, agora confirmada pelo STF. A CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado) emitiu um parecer que, enquanto não transitasse julgada a Câmara, não iria tomar nenhuma decisão.

A decisão está tomada e pelo Supremo. Só falta agora a presidência da Câmara cumprir a lei.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ideológicos e fisiológicos de olho no Supremo


Ideológicos e fisiológicos estarão nesta quarta-feira de olho na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que terá na pauta a possível votação de uma contestação da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre fidelidade partidária. O TSE decidiu que o mandato pertence aos partidos e não ao indivíduo e é este o alvo da contestação.

Alimentado há décadas pela classe fisiológica dominante no Congresso, o vai e vem de parlamentares de uma legenda para outra tornou-se altamente lucrativo para os Governos (seja quem for e qual esfera do Poder Executivo for) cooptarem uma base ampla e obediente. E sem nenhum apego aos projetos ideológicos.

O enfraquecimento dos partidos só aponta para o caminho do fisiologismo e do clientelismo, jogando para quinto plano o debate ideológico.

A legislatura atual da Câmara Municipal de Alfenas conheceu cinco migrações de políticos de um partido para outro. Em alguns casos, é óbvio que a mudança não segue a regra do fisiologismo. E, no caso de Alfenas, isso ficou caracterizado na migração do presidente da Câmara e dos próprios ex-membros do PSDB, que se viram isolados no ninho tucano sob novo comando. Fora isso, meras acomodações eleitorais.

Mas o fato é que o STF tem nas mãos a chance de ratificar o início de um processo moralizante e que ajudará evitar um descrédito maior com a classe política que em sua maioria, nem de longe, pensa em fidelidade partidária como algo salutar, pelo menos para suas acomodações convenientes.

Sempre na contramão da decência, o Congresso cozinha uma nova legislação para criar a “janela de infidelidade” – termo citado hoje pelo jornalista Fernando Rodrigues, do Grupo Folha. A troca de partidos ficaria proibida até a véspera do prazo para filiação antes de uma determinada eleição. A farra continuaria.

De olho no STF, ideológicos e fisiológicos verão o futuro do País sendo desenhado.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Obama e seu maior desafio: a reconstrução

Passadas as comemorações pela vitória, Barack Obama enfrenta agora a realidade: o ambiente econômico mais difícil para um novo presidente desde que Franklin D. Roosevelt foi eleito no ápice da depressão dos anos 30.

E, assim como em 1932, a crise econômica pode piorar nos 75 dias que antecedem a posse, no dia 20 de janeiro de 2009.

A esperança depositada pela população norte-america em Obama pode tornar-se perigosa à medida que os desafios são melindrosos. Como garantir a estabilidade do sistema financeiro? Como lidar com a recessão que se aproxima?

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos terá que ter respostas rápidas para a crise que bate a porta. Terá que juntar rapidamente os cacos do desastroso e irresponsável Governo Bush.
Ao seu lado, conta com a simpatia de líderes mundiais, conscientes das desastrosas ações de Bush para os Eua e para o Mundo. Até que ponto isso poderá ajudar ainda não temos a resposta, mas certamente poderá trazer alívio para que respire sem turbulências políticas desnecessárias nas relações com outras nações.

"A eleição histórica de um afrodescendente para a cabeça da nação mais poderosa do mundo é sintoma de que a mudança de época que nasceu a partir do sul da América pode estar batendo nas portas dos Estados Unidos".

A frase de Hugo Chavez, presidente venezuelano, foi reproduzida pela BBC Brasil em seu site logo após a vitória de Obama. Sinaliza uma pausa e a chance de repensar o modelo de relação dos Eua com outros países.

A truculência do Governo Bush deverá ceder lugar ao diálogo ou nada mudará. Ou pior: Deverá acelerar o declínio iniciado por Bush.

Obama tem a chance de amenizar a imagem negativa dos Eua e reconstruir uma nova história. O tempo será capaz de dizer se a direita conservadora, representada pelos republicanos, foi enxotada tarde mais do centro do Poder Mundial.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mantida a dinastia


Acabou de ser confirmado o que todos já sabiam. Zezé Perrella retorna à presidência do Cruzeiro e mantém a dinastia Perrella. Zezé teve 375 votos contra 49 de seu opositor, Márcio Rodrigues.

Zezé voltará a ser o presidente celeste, cargo que ocupou entre 1995 a 2002, e substituirá o seu irmão, Alvimar de Oliveira Costa (Alvimar Perrella), que assumiu o cargo de mandatário a partir de 2003, ano em que foi eleito. Em 2005, Alvimar reelegeu-se para o mandato que termina em dezembro próximo. Zezé comandará o Cruzeiro no triênio 2009/2010/2011.

A gestão Perrella é incontestavelmente vitoriosa. A Libertadores de 97, a Tríplice Coroa de 2003, Copa do Brasil (1996/2000/2003) são marcas que ficaram na história do clube celeste. Mais do que isto a gestão dos irmãos Perrella garantiu ao Cruzeiro lugar sempre na ponta nas disputas ao longo destes anos.

Ficaram conhecidos pelas freqüentes negociações em que os atletas do Cruzeiro eram vendidos por cifras consideráveis. A continuidade dos Perrelas dá ao torcedor tranqüilidade. Mas é na esfera judicial que as coisas podem não ficar tão coloridas. As acusações do MP Federal prosseguem e colocam em dúvida a condição de gestor confiável do patrimônio do clube.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um PT órfão!

Se não tem o “nome” competitivo, e com popularidade suficiente para conquistar o Planalto, é porque não soube trabalhá-lo. E olha que já se foram quase seis anos. E não só isso. O presidente Lula goza de popularidade de se fazer inveja. O que faz um partido que hoje protagonista no cenário das decisões - e que tem em seu líder uma aceitação popular nada desprezível – não conseguir – até agora! - construir um nome que chega já forte.

Se é a gestora que Lula sonhava em ter ao lado, Dilma não é nem de perto capaz de atrair as multidões sem que faça papel de figurante ao lado de Lula. Enquanto o PSDB tenta buscar a unidade em torno de dois nomes prontos, o PT ainda padece da ausência de seu novo líder popular.

Se insistir em Dilma, o PT pode chegar lá, amparado na força de seu líder maior. Exemplos de candidatos “montados” vitoriosos não faltam. Belo Horizonte repetiu a história ao eleger a cria de Aécio e Pimentel. Mas definitivamente não será como eleger o poste. Os resultados das eleições municipais – passando por São Paulo e Porto Alegre – mostraram que o candidato terá que ser mais que um poste.

O caminho pela tese de não lançar mão da candidatura própria seria – e pode ser – uma alternativa pragmática para o PT, mas não faz parte de sua índole. Não convenceria a base de militantes, à versa a essa tradição. E, além do mais, a desistência mostraria sinal de fraqueza demais para quem tem a máquina administrativa e a popularidade do presidente. É a faca e o queijo, falta o candidato.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Não deu, mas agora temos alguém para torcer

Eu não apostava mais no título para Felipe Massa. Mas quem diria, mais uma curva e tudo poderia ser diferente. Felipe chorou, os brasileiros também. Merecia o título, mas Hamilton também. Era a briga dos dois mocinhos sem nenhum vilão.

E uma segunda derrota de Hamilton no último GP como na temporada passada seria um golpe duro para o inglês que surgiu como fenômeno e teve sue talento colocado em duvida com os erros grotescos no final da temporada 2007.

O que importa agora é saber que depois de mais de dez anos sem Sena, o Brasil tem, enfim, para quem torcer. Massa resgata nos brasileiro o sentimento de potencialidade de vitória e títulos, de ter um piloto protagonista. Em 2008, sabemos para quem torcer!

São Paulo chega, passa e quem vai segurar?

A rodada do fim de semana concretizou o cenário que já vinha sendo desenhado: o São Paulo líder. Com pinta e jeito de campeão, o tricolor paulista ocupa agora a posição que preocupava muito torcedor adversário. O de ver o time paulista dependendo de si próprio. Pior que isso é saber que nenhum de seus adversários diretos terá sequer a chance de atropelá-lo pelo caminho. O São Paulo corre livre e solto.

Flamengo e Cruzeiro dão mostras de que acabou o gás. Instável, o time celeste mostra que até tem time, mas está longe de ter um elenco. O que explica o vexame no Serra Dourada para quem luta “na cabeça” pelo título. Isto depois de desbancar por 3 a 0 o então líder, o Grêmio, na quarta-feira.

A ausência de Ramirez não poderia ser a única explicação. Não poderia representar tamanha dependência no meio campo. Se o brasileiro não era há tanto tempo tão competitivo, por outro lado não era tão fácil para que os dirigentes cruzeirense armasse um elenco para vencer sem grandes entraves pelo caminho. Agora é tarde, a nós, cruzeirense, resta torcer pelo Cruzeiro e contra os demais (Leia-se Palmeiras, Grêmio e São Paulo) que brigam pelo título, principalmente o São Paulo.

sábado, 1 de novembro de 2008

Balanço das Urnas


Como logo após as eleições este weblog não existia vou fazer aqui algumas considerações. A diferença de mais dois mil votos que reelegeu Pompilio Canavez dá ao PT a consolidação como uma força política mais perene no cenário local. Não somente pela reeleição, mas desta vez a vitória veio com a chamada “chapa pura”. E isso significa muito.

O vice eleito é o mentor do Governo e do PT. É ele quem causa calafrios na oposição. O mal estar dos adversários é ainda maior quando cogita-se a possibilidade de Pompilio dar passos maiores, rumo a Assembléia, ao Congresso. Mesmo negando, o movimento do prefeito rumo a AMM (Associação Mineira dos Municípios) e a projeção decorrente só dá força a este possível contexto.

Mesmo uma eventual derrota na disputa por uma cadeira no Legislativo não o enfraqueceria politicamente. Se eleito, protagonizaria um cenário ‘perfeito’ para os petistas e um domínio incomum na política local. Com cacife político na Assembléia ou no Congresso e a prefeitura na mão o grande desafio seria reverter a rejeição popular a Luizinho e a construção de sua imagem para uma disputa em 2012.

Oposição

À oposição, resta juntar os cacos. O grupo mais conservador, dominado pelo PPS na última eleição, ainda terá que construir um nome, uma nova liderança potencial. Marcão, derrotado pela segunda vez, deixou passar o seu momento. A ampliação da diferença de votos para o primeiro colocado, numa composição de “chapa pura”, é só a cereja no bolo – como diz o dito popular.

As adversidades para o próximo Governo poderão vir de uma Câmara menos atrelada politicamente ao Governo. Há sinais para que isso aconteça.

A derrota numérica do PCdoB não é necessariamente uma derrota política. Embora tenha conseguido menos de 5 mil votos, o atual presidente da Câmara, Eliacim do Carmo Lourenço, marcou seu nome no cenário político como uma liderança competitiva no futuro. O seu perfil é apropriado para que se construa em torno de seu nome uma composição competitiva em 2012. Ainda é cedo para se falar nisso. Mas a tendência é clara em relação a uma nova liderança, mais à esquerda.

F-1

O treino livre desta manhã mostra o quanto será difícil para nós, brasileiros, comemorar o título de campeão. O inglês Lewis Hamilton, da McLaren, foi mais rápido que o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, no terceiro treino livre, realizado neste sábado, para o GP Brasil de F-1.

O inglês dá sinais que não cometerá mais os erros grotescos do ano passado quando também tinha o campeonato na mão. A esperança dos brasileiros é torcer por um problema mecânico no carro da Mclaren ou, quem sabe, uma lambança qualquer.

Todo mundo sabe que não será fácil para o brasileiro. Chegar em primeiro e ainda torcer para algo inusitado com Hamilton. Inusitado sim! Não chegar nem mesmo na 6ª colocação é algo impensado para uma corrida que seguir a lógica. Mas é isso que faz o brilho do esporte: a surpresa, os contratempos......Difícil, mas não impossível!