sexta-feira, 27 de março de 2009

O PMDB que já foi de Ulisses


Jogada de mestre. Assim poderia se definir a campanha publicitária lançada pelo partido que já foi de Ulisses Guimarães, mas hoje encontra-se lançado nas mãos de figuras notáveis na arte de se fazer articulações pragmáticas e convenientes para a manutenção do Poder pela mera necessidade de se manter às margens e conveniências da máquina administrativa.

É assim que caminha o PMDB há um bom tempo.

O PMDB de Renan, de Sarney, e de Michel Temer não mede esforços para estar ao “lado do povo” e, para isso, tem que estar sempre bem pertinho do Planalto. Foi assim o PMDB da era FHC, tem sido assim o PMDB da era Lula.

A bem montada peça publicitária cai com uma luva aos propósitos peemedebistas. “Sempre ao lado do povo” encaixa nas duas possíveis vertentes: dentro ou fora do Governo petista.

Até que chegue 2010 muita coisa pode acontecer. Por isso, o lado que o PMDB estará depende das variáveis políticas. Se caminhar com Dilma Rousseff e o PT, o discurso já está pronto. Se caminhar com Serra (ou Aécio) e o PSDB, o discurso também já está pronto. Ficará sempre ao “lado do povo” e por ele escolherá seu candidato.

O loteamento no Governo é algo para bastidores e lá ficará. No máximo as paginas dos jornais trará a verdadeira face deste PMDB que já foi de Ulisses Guimarães.

O PMDB já foi das “Diretas Já”. Nasceu da luta contra o Regime Militar. Tem no MDB sua origem. Tem na Arena sua à versão contraposição.

Mas hoje o PMDB, que um dia foi de Ulisses, é o PMDB de Sarney.

E só para lembrar um pouco mais da história: Sarney que foi do PFL (hoje DEM), filho da Arena. Hoje nada disso faz mais sentido porque o PMDB é o partido de Renan, Temer e Sarney.

Figuras como Ulisses ficaram no passado. Trajetórias internas como a do senador Pedro Simon são apenas histórias. Não cabe a ele e seu grupo interferências nos rumos da legenda.

Após eleger 89 deputados federais e ostentar 19 dos 81 senadores, o partido continua forte como sempre. E dele depende a governabilidade do próximo Governo. Porém as raízes já não são como antes. Os frutos também não.

Se o Brasil mudou, o PMDB também mudou. Mas continua sendo como sempre o PMDB. Do “lado do povo” e do poder.

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