segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Uma pedra no caminho



A disputa pela AMM pode ser um passo decisivo para o prefeito de Alfenas, Pompilio Canavez, do PT.Com 500 municípios filiados e um orçamento de R$ 2,5 milhões/ano, é indiscutível a projeção política. Fortalecido politicamente com uma eventual vitória, ganhará espaço privilegiado como interlocutor dos prefeitos mineiros junto aos governos Federal e Estadual.

Na mídia estadual, terá a oportunidade de se apresentar com frequência em um contexto bem mais amplo. Como interlocutor da bandeiras dos prefeitos mineiros, terá nas mãos a condição de articulações políticas e solidificação de uma base de apoio para vôos maiores.

Se vencer, poderá ter um universo político imenso a ser explorado. Recorrendo a uma frase popular: “Terá a faca e o queijo na mão” para lançar novos vôos.

Mas para chegar lá, há ainda um caminho árduo como em qualquer disputa política. Favorece o prefeito de Alfenas a condição de que entre os candidatos é o único filiado a um partido da base do Governo Lula. Melhor: pertence ao próprio partido do presidente.

Numa disputa com três tucanos e um democrata, a condição de único aliado do Governo Federal terá que ter algo a seu favor.

A desistência do prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo (PMDB), na disputa pela presidência da entidade abre um novo leque de negociação, o que poderá ser decisivo. Além de ser apontado como um candidato com potenciais chances de vitória – conforme mostra reportagem do jornal O Tempo no último dia 18 -, o peemedebista tinha o aval do ministro Hélio Costa (Comunicações).

Um apoio nada desprezível e que agora surge como incógnita há um mês da eleição.

Mas no caminho a ser perseguido pelo prefeito de Alfenas há pedras. Os processos que questionam sua conta de campanha e pedem a perda seu mandato já dão dor de cabeça ao petista. Isto é fato inquestionável e, com certeza, trará reflexos na ambição do petista.

A Constituição Federal prevê a possibilidade da determinação de segredo de justiça em ações de impugnação de mandato eletivo, como enfrenta o prefeito em segunda instância. O segredo de justiça foi determinado.

O objetivo nestes casos é o de preservar a gestão enquanto não há decisão final – em última instância. É garantir a governabilidade.

Porém, o estrago já foi feito. É de conhecimento público os três processos (Todos em segunda instância) que questionam as contas de campanha do prefeito. Dois deles tramitam juntos em segredo de justiça. O outro não. A própria imprensa estadual (jornal Hoje em Dia) já explorou jornalisticamente o fato.

Ou seja, não há como fugir do assunto.

E é exatamente esta “pedra no sapato” que pode comprometer a caminhada do petista a glória. Estariam os prefeitos dispostos a correr o risco de eleger seu presidente e, na sequência, assistirem uma eventual decisão da Justiça destituindo o prefeito do cargo?

É a própria imagem da entidade em jogo. O preço pago numa eventual decisão desfavorável ao prefeito na Justiça pode representar um estrago para a AMM. É a pedra no caminho da glória.

Foto: Sérgio Andrigo/Ascom Prefeitura de Alfenas

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