sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Vitrine Amarga


Se não tivesse se lançado a 2ª vice-presidência da Câmara dos Deputados e a Corregedoria da Casa, hoje o deputado do castelo, Edmar Moreira, estaria bem tranqüilo pelos corredores do Congresso. E quietinho no quadro de um dos mais influentes partidos do País: o DEM.

Mas o implacável desejo de buscar um lugar mais alto fez com que o deputado do “pé sujo” se escorregasse. Um castelo bem pertinho daqui (em Nepomuceno), avaliado em R$ 25 milhões, por si só já era algo exuberante demais e suspeito para um “homem do povo”. Não tê-lo informado ao fisco somado as suspeitas de sonegação fiscal e irregularidades trabalhistas tornaram a situação ainda mais insustentável.

É a Corregedoria da Câmara a responsável pelo encaminhamento de denúncias contra parlamentares. Ou seja, exige-se naturalmente do corregedor uma postura acima de qualquer suspeita. Não era o caso e todo mundo sabia. A começar pela direção do DEM. Edmar não foi eleito para a Mesa Diretora por um mero acaso.

Edmar Moreira, o deputado do castelo, é simplesmente um xérox do que hoje é o Congresso. Uma Casa, na qual deveriam habitar seres acima de qualquer suspeita. Não é. Edmar não enfrentou grandes resistências para chegar a Corregedoria. Ao ser eleito para a Mesa, não enfrentou a revolta dos justos de condutas inabaláveis. Edmar é o retrato de um Congresso que há muito tempo não transmite o que deveria ser uma de suas características primordiais: a confiança.

Agora, o influente deputado – sob o foco das lentes dos jornalistas - parece marginalizado. Pelo menos até que a poeira abaixe. Depois disso, retornando a situação de quase anônimo num universo de 513 parlamentares tudo poderá ser como antes. Afinal, Edmar será só mais um e longe da amarga vitrine que um dia tentou integrar.

Nenhum comentário: