terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Rindo à toa



Os 84% de aprovação popular (CNT/Sensus) do presidente Lula o leva a protagonizar mais um capítulo na História do Brasil. O índice alcançado é histórico como histórica foi sua própria chega ao Poder em 2002.

O universo político não registra rotineiramente tal aprovação a um líder no Executivo. E muito menos num segundo mandato após crises políticas e no meio de uma crise econômica mundial. Crises que não frearam a popularidade do presidente.

Costumeiramente, o grande pico de aprovação dos governantes é na véspera da posse, quando a decepção ainda não superou a esperança. Em novembro de 2002, logo após Lula ser eleito, a expectativa positiva diante do novo líder era de 71%, conforme a mesma CNT/Sensus. Em janeiro de 2003, a aprovação era de 83%.

O tempo passou e Lula não deixou a popularidade cair. Pelo contrário, já em contagem regressiva para deixar a presidência, Lula vai se firmando nas páginas da História do Brasil como um dos estadistas mais populares. Isso tudo bem no meio de uma crise internacional.

Este é um fenômeno que merece uma reflexão mais aprofundada dos analistas políticos e pela oposição para sua própria sobrevivência.

O ano de 2010, quando haverá eleição presidencial, vem chegando. Lula não será mais candidato, mas já tem sua candidata, a ministra Dilma Rousseff, na ponta da língua. Lula aposta em Dilma e faz dela sua esperança de fechar com “chave de ouro”: Deixar na sucessão alguém apadrinhado por ele e fiel a sua identidade política.

Os números obtidos por Lula sinalizam à oposição a arquitetar cuidadosamente a sua estratégia de discurso em uma campanha que terá um presidente com forte apelo popular – se nada mudar. Um discurso ferrenho pode ter efeitos negativos. Um discurso ameno e moderado pode acarretar em resultado pífio e nova derrota.

Até lá, muita água irá rolar. A crise internacional que bate as portas ainda não provocou efeitos políticos significantes. A prova está na própria popularidade de Lula. Mas até o final de 2009, é bem provável que a imagem do presidente sofra alguns arranhões por conta do efeito global.

A disputa presidencial de 2010 mal começou, mas já Lula disparou. Porém, conseguir transferir votos a sua candidata é outra história.

Imagem: Blog do Prof. Medeiros

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