Desde a última segunda-feira chama a atenção a figura solitária num gesto incomum, mas assegurado pela Carta Magna. A livre manifestação do pensamento através das palavras e/ou das iniciativas, embora amplamente garantida pela Constituição Federal, é, no contexto real, pouco – ou quase nunca – utilizada por uma sociedade que ainda guarda características remanescentes de um período deprimente da história recente do País.
O Regime Militar, embora tenha seu ciclo real sepultado há 25 anos, ainda produz os frutos amargos plantados em duas décadas de ações degradantes, porém eficientes em seu intuito de tornar a sociedade menos reflexiva e ciente de seu papel político. A grotesca estratégia de produzir uma massa alheia a participação política tem no nosso cotidiano manifestações reais e enraizadas.
A ação isolada e incomum do cidadão Itamar reflete todo este contexto. A postagem de alguns comentários no Portal Alfenas Hoje serve de parâmetro para medir a intensidade desta “herança maldita” – me perdoem o plágio da expressão que cai como uma luva neste texto. Não é incomum perceber o desprezo de alguns - ao comentar a notícia - pela manifestação pacífica e pelo exercício da livre manifestação do pensamento.
Concordar ou não com o objeto do protesto é outra história, outro debate. No entanto, a atitude de lançar mão do direito constitucional tão pouco utilizado é para ser respeitada e comemorada. Afinal, AI-5 nunca mais!
Foto: Henrique Higino/Alfenas Hoje
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