A eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal revela o gostinho da derrota para o Governo. É verdade que o novo presidente, Jairo Campos (Jairinho/PDT), nem de longe tem o perfil de quem irá criar embaraços para os petistas. Aliás, bem longe disso.
No seu sexto mandato – e pela sexta vez na presidência – é naturalmente um velho freqüentador das negociações políticas. De perfil situacionista – pertence a um partido que está na estrutura administrativa da gestão petista -, Jairo chega ao comando do Legislativo numa articulação enraizada na oposição.
Diante do quadro, o provável é a chamada presidência “neutra”. É preciso não trair a articulação que o levou a cadeira de presidente e ao mesmo tempo não deve desagradar o Governo.
Mas porque o gostinho da derrota? Três pré-candidaturas foram postas inicialmente: Hesse Luiz Pereira (PSDB), Jairinho e José Batista (PMDB). A de Batista, até então a mais simpática ao Governo, não emplacou e entrou em cena o mais fiel defensor do governo petista: Vagner Morais (Guinho/PT).
Do outro lado, já se solidificava um grupo de seis vereadores em torno de uma candidatura: Jairinho ou Hesse. De perfil moral rígido, a candidatura do tucano não agradava a todos. Enéias Rezende (PRTB) e Evanilson Pereira de Andrade (Ratinho/PHS) foram alocadas na Mesa Diretora. Enéias como 2º secretário, Ratinho como vice-presidente. Hesse, então, retirou-se da disputa.
Enquanto isso, Guinho tentava em vão construir sua candidatura. Já era tarde. Só conseguiu o companheiro de partido, Antonio Anchieta (Cheta), para apresentar o nome junta a sua candidatura.
Sob o risco de uma derrota na cerimônia de posse, Guinho recuou e retirou seu nome da briga. Teria o voto de José Batista, de Cheta e, no máximo, da Zezé do Boa Ventura. Ainda tentou negociar uma vaga na Mesa. Já era tarde.
Mesmo que não oficialmente, os governistas tiveram que amargar o triunfo de uma Mesa Diretora articulada no berço da oposição e pior: com participação ativa do principal oposicionista: Sander Simaglio (PV). Este foi o gosto amargo da derrota, mas daqui para frente é outra história.
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