O retorno à Câmara Municipal dovereador Francisco Rodrigues da Cunha Neto (Prof. Chico/PDT) se tornou
inevitável dentro da lógica eleitoral e da pretensão do parlamentar em lançar
voos – quem sabe – ao próprio Executivo. Ironicamente, esse não seria o
“caminho natural” para quem pretende projeção política rumo a 2016, tendo em vista
a possibilidade de permanecer à frente de uma Pasta com apelo social expressivo.
Prof. Chico retornou à Câmara Municipal de Alfenas após ocupar a Secretaria Municipal de Habitação (Foto: Alessandro Emergente) |
Em maio do ano passado,
o então líder do Governo deixou o Legislativo em direção a Secretaria de
Habitação e, no imaginário de quem observava, em busca da visibilidade política
a ser oferecida por uma Pasta de apelo popular.
No primeiro ano da
atual gestão, ainda sob o comando de José Luiz Bruzadelli, a Secretaria de
Habitação ofereceu os holofotes ao governo com a inauguração de dois conjuntos
habitacionais: no Residencial Vale do Sol e no Jardim São Carlos. No total, 420
famílias comemoraram a oportunidade de saírem do aluguel. Embora os projetos tenham
sido iniciados e articulados pelo governo anterior, é inegável o ganho político
para quem inaugura.
Passados os ventos da
bonança política, o governo se aquietou e viu 2014 passar em branco. Sem
inaugurações expressivas e sem novos projetos robustos. Somente, agora, início
de 2015, o governo ensaia um polêmico projeto com a construção de mais 700
casas populares. A proposta ainda nem chegou a Câmara Municipal. Apenas a criação de Zonas Especiais deInteresse Social, que abre brecha para a iniciativa do governo.
O fato é que, se nos
dois primeiros anos, o governo apertou as contas, o que se esperava era, como
estratégia política, começar a mostrar feitos próprios a partir da segunda
metade da gestão. Mas a realidade tem caminhado longe disso.
O atual governo
terminou a primeira metade do mandato alegando “crise financeira” com severos
cortes no orçamento, incluindo demissões em setores sensíveis como a educação.
Neste contexto, os investimentos continuam apenas no sonho dos mais otimistas.
As inaugurações continuam sendo as obras articuladas na gestão anterior, o que
não confere ao atual governo o rótulo pleno da realização.
Para piorar, o cenário
macroeconômico não é dos mais animadores. A nova política econômica do governo
federal, com redução dos gastos públicos, e o risco real de recessão são
fatores que corrobam para uma previsão política negativa aos situacionistas.
Assim, defender o
governo não é uma tarefa das mais populares, uma vez que cresce a insatisfação
pela redução dos gastos públicos municipais na vida das pessoas – redução dos
subsídios no Restaurante Popular, corte de despesas na saúde com medicamentos,
diminuição de gastos sociais como “aluguel social” e demissões são alguns
exemplos.
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