A disputa pela presidência da República revela uma espécie de dualismo partidário num sistema pluripartidário. PT e PSDB fizeram – e farão novamente em 2010 – nas últimas eleições uma concentrada disputa pelo poder. Tem sido assim desde 1994 quando FHC chegou lá.
A polarização entre as duas legendas de origens “esquerdista” e de “centro-esquerda” faz-se a custa de uma direita órfã, porém hábil na condução das peças do xadrez. Coadjuvantes, PMDB e DEM avistam de longe os tempos em que remavam com mais segurança.
As historiografias dos dois nomes colocados no centro do debate mostram bem a guinada ideológica do eleitorado brasileiro – consciente ou não. José Serra e Dilma Rousseff têm no passado a construção deste perfil de aceitação popular no novo contexto. Embora ambos não gozem de uma popularidade natural.
A candidatura de Dilma é construída na sombra de Lula. Em Serra, a imagem de antipatia - embora amenizada pelo traquejo que a experiência ensina - parece não descolar. Dois candidatos com perfil próximo – gestores por natureza e pouco “políticos” – por mais contraditório que a primeira vista possa parecer tal conclusão.
Mas neste contexto Serra sai na frente. Exatamente por ter se aventurado há mais tempo, colhe o fruto da construção da sua imagem política.
É aí que entra Lula. Sem adversários para a sua popularidade, sobreviveu a todos os bombardeios: crise internacional, escândalos no PT e no próprio Governo. A figura de Lula mostrou-se inatingível no imaginário popular. Tornou-se um personagem incomum que já merece uma análise mais profunda na história republicana brasileira.
Tanto o PT quanto o PSDB sabem disso e é, por isso, que Lula tenta polarizar a disputa entre Serra e Dilma numa briga entre grupos partidários. Os tucanos evitam. A despersonalização da disputa é algo que interessa só a Lula e ao PT.
Para Lula ter Dilma na sucessão representaria a própria vitória, encarnada em outra pele. Se não há adversário direto para Lula, a transferência de votos ainda é uma incógnita.
A não obtenção desta transferência para candidatos nas eleições municipais não balizam qualquer análise na disputa presidencial. Tratavam-se de cenários específicos.
A resposta sobre esta capacidade de transferência só virá em 2010.
Lula aposta tudo na polarização – não interessa a ele as figuras de Ciro Gomes e Marina da Silva neste jogo. Quer reeditar a disputa entre tucanos e petistas. Relembraram a era FHC e fará comparativos. Tudo para partidarizar a disputa. Nem tanto pelo PT, mas pela própria imagem de Lula.
Por outro lado, os tucanos sabem do risco. A aposta é pesada para que não deixe o PT levar novamente o comando do País, o que seria catastrófico no plano partidário.
Sem a polarização, Serra leva vantagem. Com ela, fica a incógnita da capacidade da transferência de votos. Sem dúvida o que está em jogo é a capacidade de Lula pesar na balança.
A polarização entre as duas legendas de origens “esquerdista” e de “centro-esquerda” faz-se a custa de uma direita órfã, porém hábil na condução das peças do xadrez. Coadjuvantes, PMDB e DEM avistam de longe os tempos em que remavam com mais segurança.
As historiografias dos dois nomes colocados no centro do debate mostram bem a guinada ideológica do eleitorado brasileiro – consciente ou não. José Serra e Dilma Rousseff têm no passado a construção deste perfil de aceitação popular no novo contexto. Embora ambos não gozem de uma popularidade natural.
A candidatura de Dilma é construída na sombra de Lula. Em Serra, a imagem de antipatia - embora amenizada pelo traquejo que a experiência ensina - parece não descolar. Dois candidatos com perfil próximo – gestores por natureza e pouco “políticos” – por mais contraditório que a primeira vista possa parecer tal conclusão.
Mas neste contexto Serra sai na frente. Exatamente por ter se aventurado há mais tempo, colhe o fruto da construção da sua imagem política.
É aí que entra Lula. Sem adversários para a sua popularidade, sobreviveu a todos os bombardeios: crise internacional, escândalos no PT e no próprio Governo. A figura de Lula mostrou-se inatingível no imaginário popular. Tornou-se um personagem incomum que já merece uma análise mais profunda na história republicana brasileira.
Tanto o PT quanto o PSDB sabem disso e é, por isso, que Lula tenta polarizar a disputa entre Serra e Dilma numa briga entre grupos partidários. Os tucanos evitam. A despersonalização da disputa é algo que interessa só a Lula e ao PT.
Para Lula ter Dilma na sucessão representaria a própria vitória, encarnada em outra pele. Se não há adversário direto para Lula, a transferência de votos ainda é uma incógnita.
A não obtenção desta transferência para candidatos nas eleições municipais não balizam qualquer análise na disputa presidencial. Tratavam-se de cenários específicos.
A resposta sobre esta capacidade de transferência só virá em 2010.
Lula aposta tudo na polarização – não interessa a ele as figuras de Ciro Gomes e Marina da Silva neste jogo. Quer reeditar a disputa entre tucanos e petistas. Relembraram a era FHC e fará comparativos. Tudo para partidarizar a disputa. Nem tanto pelo PT, mas pela própria imagem de Lula.
Por outro lado, os tucanos sabem do risco. A aposta é pesada para que não deixe o PT levar novamente o comando do País, o que seria catastrófico no plano partidário.
Sem a polarização, Serra leva vantagem. Com ela, fica a incógnita da capacidade da transferência de votos. Sem dúvida o que está em jogo é a capacidade de Lula pesar na balança.
2 comentários:
Ficar dependendo só de Lula é muito perigoso.
Para delírio da tucanada, Lula nao pode ser candidato. Porque está claro que não há adversários para ele.
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