quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A raposa e o galinheiro


Desde a formação da CPI, já pairava pelos corredores do Legislativo o cheiro de uma pizza quentinha e saborosa. Detalhe: o presidente da CPI é nada mais e nada menos que o líder do Governo na Câmara, o vereador Vagner Moraes (Guinho/PT), feroz defensor da atual gestão e aliado de longa data.

Não bastasse o defensor nº 1, o Governo ainda tem o relator da CPI: Renan Marques (PRTB). Outro aliado, cooptado no decorrer do mandato. O único integrante da CPI que foge ao controle petista é Arcanjo França (PP), parlamentar de pouca expressão e que ficou como 3º membro. É isso mesmo: a situação abocanhou a presidência e a relatoria.

O indiciamento do prefeito pela PF por suposta formação de quadrilha e fraude em licitações no final de junho caiu como um presente para a oposição. Um mês antes, o prefeito (e até então virtual candidato à reeleição) gozava de popularidade. Uma pesquisa, realizada pelo Data Tempo/CP2, publicada pelo jornal O Tempo, revelou que 68,41% dos entrevistados aprovavam a gestão petista.

A CPI era, nos planos da oposição, o caminho para jogar no ventilador todas as suspeitas de irregularidades investigadas pela Polícia Federal. Mesmo após as eleições, daí sem o mesmo vigor da oposição, é praticamente consenso que o resultado da CPI será levado para debaixo dos tapetes num relatório camarada, moldado pelo aliado Renan e com apoio do líder do Governo.

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